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BRS Tupi – a nova Humidicola com DNA Embrapa
Artigo publicado na Revista JC Maschietto nº 10, junho/2012

As brachiarias da espécie ‘Humidicola’ apresentam características próprias que as diferenciam das outras brachiarias e da grande maioria de gramíneas de diferentes espécies. Essas peculiaridades resultam em limitações, mas também em algumas vantagens específicas que ressaltam sua importância econômica e social para determinados biomas, como o pantaneiro e o cerrado.

De fato, a espécie B. humidicola é a mais rústica em uma série de situações. Se você tem em sua fazenda uma área com umidade mais prolongada, há outras gramíneas que apresentam algum grau de tolerância – como a BRS Piatã. Mas se a umidade for um pouco mais severa, e mesmo se o solo estiver sujeito à lâmina d’água durante determinado período, as alternativas começam a se reduzir em direção às humidicolas.

Já se o solo de sua propriedade apresenta baixa fertilidade, e você não pretende corrigi-lo ou adubá-lo de maneira efetiva, novamente as humidicolas são uma opção viável, por sua rusticidade e facilidade de manejo em áreas mais extensivas. Depois de estabelecidas são agressivas em seu crescimento horizontal (de natureza estolonífera) e cobrem bem o solo.

Porém, como tudo na vida, há contrapartidas a essas vantagens... As cultivares disponíveis produzem menos massa e têm qualidade de forragem relativamente inferior, sendo menos aceitas pelos animais. Também são gramíneas de mais difícil estabelecimento – em geral apresentam dormência fisiológica nas sementes e desenvolvimento inicial lento, exigindo mais atenção do pecuarista na hora de formar sua pastagem.

Há atualmente duas cultivares disponíveis no mercado: a B. humidicola cv Humidicola (comum ou quicuio) e a B. humidicola cv Llanero (dictyoneura), ambas com algumas características próprias. Enquanto a primeira é a mais rústica (e a que efetivamente suporta lâmina d’água um pouco mais prolongada), a segunda tem uma qualidade de forragem relativamente superior, além de produzir mais massa.

Pois acaba de chegar ao mercado mais uma opção: a Brachiaria humidicola cv BRS Tupi, com algumas características superiores. O lançamento oficial, realizado em conjunto pela Embrapa e Unipasto (Associação para o Fomento à Pesquisa de Melhoramento de Forrageiras),ocorreu em junho de 2012 em São Paulo, durante a exposição Feicorte (Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne).

Os trabalhos de seleção da BRS Tupi duraram 18 anos e foram coordenados pela Embrapa Gado de Corte. As pesquisas a campo foram realizadas em diversas unidades da Embrapa, com o propósito de avaliar o comportamento da gramínea em diferentes regiões, condições e biomas.

Características gerais

A cultivar foi selecionada com base na produtivi­dade, vigor, produção de sementes e resistência por tolerância a cigarrinhas-das-pastagens. Em avalia­ções agronômicas regionais e sob pastejo, mostrou capacidade suporte e desempenho animal superior em comparação à B. humidicola cv Humidicola em Campo Grande, no Acre e no sul da Bahia.

A BRS Tupi é uma excelente opção para a diver­sificação de pastagens em solos de baixa a média fertilidade e sujeitos ao alagamento temporário. Nas avaliações agronômicas e morfológicas, a BRS Tupi destacou-se por sua produtividade, vigor, rapidez de estabelecimento e boa distribuição de produção ao longo do ano comparada à comum.

O estabelecimento é mais rápido que as demais cultivares de B. humidicola (comum e cv Llanero/‘dictyoneura’), suporta alagamento temporário, tem alta taxa de crescimento e alta pro­dutividade de folhas sob pastejo. A relação folha/ colmo é alta e a digestibilidade também (50 a 61% nas folhas e 42 a 48% nos colmos).

A resposta à adubação é maior na cultivar Tupi que nas duas outras humidicolas. Não obstante, A BRS Tupi possui exigência de fertilidade do solo similar à B. humidicola cv Humidicola (comum)

Resistência a pragas e doenças
A BRS Tupi foi avaliada quanto à resistência às cigar­rinhas-das-pastagens Notozulia entreriana e Deois fla­vopicta e verificou-se consistentemente, altos níveis de sobrevivência do inseto e curtos períodos ninfais, caracterizando-o como bom hospedeiro do inseto. No entanto, em condições de campo, mostrou não sofrer danos apesar de alto número de insetos presentes.

Por conta do seu hábito de crescimento vigoroso condicio­nando um acamamento, favoreceu a uma maior multi­plicação das cigarrinhas do que na humidicola comum. A BRS Tupi mostrou-se resistente às cigarrinhas, por tolerância, revelando-se melhor planta hospedeira que a comum. No entanto, comparando-se ambas quan­to ao nível de resistência por tolerância, a BRS Tupi mostrou-se mais resistente.

Produtividade
Em comparação com a humidícola comum, a BRS Tupi apresentou desempenho superior, sobretudo na seca, quando sustentou lotação mais alta e garantiu uma produção de 53kg de peso vivo/ha, comparada a 20kg da outra.

A nova cultivar também possibilitou maior ganho de peso individual na estiagem em decorrência de sua melhor relação folha/caule e boa digestibilidade. Os resultados, contudo, variam de acordo com a região do país.
A Tabela 1 apresenta os resultados da avalia­ção sob pastejo (dois anos de avaliação em Campo Grande, MS).

Tabela 1: Comparação entre cultivares de B. humidicola


Vantagens

Aindo em relação à humidicola comum, a BRS Tupi apresentou:

  • Maior velocidade de estabelecimento
  • Maior produção de folhas no período seco
  • Melhor desempenho animal na seca e ano (25%)
  • Melhor relação folha/colmo
  • Fenologia precoce
  • Mais tolerante a pastejo intenso
  • Melhor controle de invasoras em pastos estabelecidos

Manejo da pastagem
A Tupi tem tendência a acamar, pois cresce rapida­mente, florescendo precocemente. Um pastejo mais intenso na primavera pode evitar o problema, facilitan­do o manejo durante o período das águas. O manejo recomendado é o mesmo dado à humidicola comum.

A BRS Tupi é uma cultivar protegida, de propriedade da Embrapa, e as empresas associadas à Unipasto detêm o direito exclusivo de comercialização de suas sementes por 10 anos.

Como é de sua filosofia de trabalho, a JC Maschietto procura avaliar, através de sua equipe técnica, todas as novas soluções e tecnologias que surgem no mercado relativas a pastagens. Em nossas fazendas experimentais já temos campos de produção de semente da BRS Tupi (veja fotos) e instalaremos áreas de pastoreio dessa cultivar, procurando acompanhar o desenvolvimento da planta, o comportamento dos animais e a interação entre essas duas variáveis.

Isto nos permite ter uma visão própria do comportamento a campo dessas novas soluções e repassar uma informação técnica a nossos clientes com mais segurança e credibilidade.

A disponibilidade de sementes da BRS Tupi neste primeiro ano subsequente ao lançamento oficial deverá ser ainda pequena, como geralmente ocorre com todas as novas cultivares lançadas. Mas, por algumas vantagens que já foram reveladas, principalmente em comparação às outras humidicolas, há uma forte expectativa de que ela venha a ocupar espaços importantes no mercado, seguindo o caminho de outras cultivares lançadas pela Embrapa, como as cultivares Marandu (braquiarão), Xaraés, Mombaça, Tanzânia, BRS Pìatã, entre outras.

Afinal, faz toda a diferença contar com a seriedade, competência e credibilidade técnica de um órgão como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária.


Campo de produção de sementes de Tupi

 
      Área de pastoreio da nova cultivar



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