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A experiência formando o profissional e o seu caráter
Vivenciar situações, conceitos e práticas contribui para formar pessoas e profissionais
Sementes JC Maschietto
Artigo publicado na Revista JC Maschietto nº 11, junho/2013

Moacyr Corsi
Professor Titular do Departamento de Zootecnia
– ESALQ/USP

Quando se trata de narrar “experiências” é normal lembrarmos tantas que mereciam ser apontadas. Elas têm alguma coisa em comum?

Há cerca de 60 anos, televisões nas residências não eram freqüentes, levando principalmente as crianças da zona rural a se associarem a esportes coletivos – futebol naquela época – ou individuais como caçadas, pescarias, montar em cavalos e até em bezerros.

O esporte individual, como a caçada, era bem sucedido quando havia plena integração entre o caçador e o ambiente. Qualquer barulho – como o modo do canto do pássaro – era interpretado para orientar a procura da caça. Em outras palavras – a integração era componente essencial para o sucesso. Esse fato leva algumas pessoas a interpretar imagens e paisagens, obtendo informações técnicas importantes. Como no caso de uma foto onde alguns vêem o rebanho, enquanto outros analisam a idade das matrizes e dos bezerros, permitindo deduzir sobre as datas de monta e dos nascimentos. Com essas informações, despercebidas por muitos, é possível projetar o sistema de produção, uma vez que animais nascidos no inicio da estação têm maiores probabilidades de serem mais pesados na desmama. No caso das fêmeas, seriam as mais aptas à reposição de matrizes.

O esporte coletivo, pela necessidade de comunicação e interação, alerta-nos sobre a importância da convivência social e do auxilio mútuo para o desenvolvimento de projetos mais complexos. As diferentes habilidades de cada componente da equipe contribuem, de forma decisiva, para o sucesso do empreendimento. A longevidade da equipe parece depender da confiança e da transparência das ações entre os componentes do grupo. A transparência de ações reflete a honestidade de propósitos. Não as praticam os que apresentam fatos encobrindo informações vitais ou que se comunicam com meias palavras e rodeios desnecessários de conversas para garantirem a prerrogativa de dizerem “eu falei isso...”. Interessante é que a honestidade de propósitos e o caráter da pessoa são raramente desenvolvidos nas Universidades, mas cultivados na família.

O exercício de formação profissional, associado ao enobrecimento do caráter, pode ser feito através de grupos de estágios, onde a individualidade é demonstrada pelas iniciativas, enquanto o espírito de coletividade desperta a confiança, conquistada pela disciplina das ações.

As universidades treinam, formam profissionais e os habilitam para exercerem profissões. Os orientadores devem se preocupar em cultivar o caráter. Para isso é preciso assumir que a conduta de honestidade de propósitos seja irrepreensível.

Os acadêmicos participantes desses estágios entendem e praticam tão bem esses princípios, que os levam a excluir colegas que praticam deslizes de conduta. Aqueles que permanecem no estágio entendem que a sobrevivência e o valor do grupo estão no respeito a esses princípios de conduta.

A satisfação e as melhores recompensas profissionais aparecem quando estagiários do CPZ (Clube de Práticas Zootécnicas, também conhecidas como ‘Colônia Penal da Zootecnia’, devido à rigidez de disciplina e responsabilidade ao trabalho), demonstram, com o sucesso profissional em áreas de assessoria técnica, de gerência de empresas, da iniciativa particular, etc, que aquele “sacrifício” valeu a pena. O CPZ foi criado em 1977 juntamente com o Prof. Vidal Pedroso de Faria e continua ativo. 

O Projeto CAPIM (Caracterização e Avaliação de Pastagens Intensivas e seu Manejo) teve inicio em 1999 e é normalmente composto por cerca de 15 estagiários. A responsabilidade maior desse grupo é cuidar do sistema de produção de engorda de bovinos em pastagens intensivamente manejadas. Além disso, a equipe é treinada para pesquisas e análises de informações, uma prática imprescindível para o sucesso do profissional.

Certa vez, junto com o Prof. Vidal, fomos proferir palestra sobre produção de leite a pasto em uma cooperativa que freqüentemente contratava os recém formados do nosso grupo de estágio. Como a quantidade desses profissionais nem de perto era suficiente para atender à demanda do mercado, os diretores sugeriram que devíamos ser mais flexíveis na seleção dos candidatos para possibilitar maiores ofertas ao mercado. A discussão desse assunto continuou por alguns minutos, terminando com a decisão de que “qualidade era melhor que quantidade”.

Bom mesmo é colher frutos das “experiências” e, na docência, o melhor é ser sempre bem recebido por ex-alunos e estagiários que lembram os “puxões de orelhas” que receberam durante a formação profissional e dizem “foi muito bom...”.

Experiência vivida
“Não se pode colher resultados daquilo que não se acredita: acreditar é o primeiro passo para o sucesso. Tive o privilégio de participar de uma filosofia de trabalho junto ao professor Moacyr, através de um treinamento de pastagem, rebanho, fertilidade – mas acima de tudo de valorização do caráter das pessoas. O treinamento só é de fato consistente quando há desafio, dedicação, honestidade e fidelidade – dentro de um ambiente que preze pelos valores familiares despertados por nossos pais quando ainda éramos criança. Ao proporcionar um ambiente com essas características a equipe fica fidelizada e as demonstrações dos valores pessoais das pessoas ficam cada vez mais evidentes.

Vivenciei a filosofia de que quando se gosta do que faz não há hora para trabalhar, não há stress e dores de cabeça, mas sim satisfação naquilo que se faz. E o interessante é que o sucesso não é o objetivo das pessoas que fazem o que gostam: ele é a consequência de um trabalho honesto, digno e com dedicação.  O mérito de um líder não está nas informações e conhecimentos guardados para si, mas na vontade de formar novos líderes e fazer com que a equipe se sinta responsável por fazer parte deste processo.”

Miguel Miiti Shiota
Eng. Agrônomo

“Durante meus 5 anos na Graduação de Engenharia Agronômica da ESALQ – entre 1999 e 2003 – tive a oportunidade e a felicidade de estagiar no Departamento de Zootecnia ESALQ  no Grupo de Estagiários CPZ  e na Fazenda Nascentes e Palmeiras do Prof. Moacyr Corsi.

Trabalho muito duro: abri mão de diversos momentos com minha família, amigos e namorada, fins de semana, feriados e férias. Porém conquistei muito conhecimento e vivência com o dia a dia de uma fazenda e fiz muitas conexões entre a teoria e a prática. Valores de integridade, honestidade e respeito adquiridos com minha família foram testados e reforçados. Hoje, após 10 anos de formado, utilizo estes conhecimentos para minha vida pessoal e profissional diariamente.”

André Tuppy

Gerente Bovinos de Corte BRNOVA



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