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UM DIVISOR DE TECNOLOGIA

ENG. AGR. THARCIZIO DE CAMPOS ALMEIDA

Através do Professor Dr Francisco Ferraz de Toledo, meu mestre e orientador, conheci o José Carlos Maschietto. Quando cursava a pós-graduação na ESALQ/USP, José Carlos foi convidado pelo Professor Toledo para proferir uma palestra aos pós-graduandos - obviamente o assunto era “Sementes”. Nessa ocasião, iniciou o nosso relacionamento, que já alcança mais de 35 anos.

Em 1968, após concurso, fui trabalhar na Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), em Campinas, especificamente na sessão de Cereais do Departamento de Orientação Técnica, e lá estreitamos nossa amizade e convívio técnico, pois Dr José Carlos Maschietto era chefe do laboratório de sementes da CATI, transferindo-se depois para o interior, iniciando sua atividade de agropecuarista, ao lado de sua atuação da Secretaria da Agricultura. Além de seu desempenho brilhante na chefia do Laboratório da CATI e de sua atuação como Engenheiro Agrônomo, a sua condição de pecuarista certamente concorreu para transformálo de “homem de laboratório e campos de produção de sementes” em “homem do campo na produção de milho, amendoim e formação de pastagens”. A formação e recuperação de pastagens em terras relativamente já degradadas, arenosas e altamente susceptíveis à erosão foi seu grande desafio.

Seus conhecimentos técnicos aliados a sua grande capacidade de trabalho, visão e espírito agudo em realizar pesquisas de resultados práticos de alto alcance econômico fizeram com que o Dr José Carlos Maschietto mudasse em poucos anos o panorama da tecnologia empregada na formação de pastagens no país.

Ainda jovem, ajudei meu pai a formar invernadas de capim colonião a partir de mudas. Abriam-se as glebas, arrendatários as cultivavam por dois anos com o trato de deixar o capim plantado. Imperava o colonião (Panicum maximum) - terras férteis, novas e a invernada estava formada, boi em cima, uma queimada e estava consolidada a formação da pastagem. Bela tecnologia!

Outras espécies: capim gordura e jaraguá eram formadas grosseiramente com sementes; o pangola e as gramas todas eram formadas por mudas, mas o colonião sendo um bom produtor de sementes era formado por mudas e constituía-se na quase totalidade das invernadas formadas. Quando iniciou a reforma ou a formação de suas pastagens em sua fazenda, Dr José Carlos não se conformava em “plantar” colonião; foi quando lançou-se ao desafio e iniciou suas tentativas de “semear” colonião em vez de “plantar” colonião. Para semear tinha que ter sementes e sementes de qualidade como produzi-las?

Tenho ainda guardados em meus arquivos de “slides técnicos” fotos mostrando seus primeiros canteiros com fileiras de capim colonião formadas em espaçamentos adequados e entre essas fileiras deslocava-se um lençol que recebia as sementes caídas após a agitação das hastes com as panículas, trabalho feito por pessoal que historicamente podemos considerar os primeiros colhedores de sementes de capim para se obter alta qualidade.

As sementes recolhidas desse lençol eram limpas à mão através de peneiras, abanação, etc. Depois analisadas e estavam assim “prontas” para as tentativas de semeá-las. As técnicas e procedimentos para produzir essas sementes começaram a ser dominadas, mas novos desafios foram aparecendo. Os campos produziam bem; sementes de alta qualidade foram conseguidas, mas em escala praticamente artesanal. Para produção em escala comercial surgiam outras dificuldades, outro desafio; o processamento dessas sementes, desde a pré-limpeza, limpeza, secagem, etc, etc, até o controle final de qualidade e embalagem.

As indústrias de máquinas de benefício de produtos agrícolas (grãos) naquela época só se preocupavam em desenvolver máquinas e fabricá-las para benefício de café, arroz e em menor escala para outras culturas. O grande filão era o café, seguido do arroz e milho. Sementes miudinhas de capim??? Nem pensar... Dr José Carlos dedicou-se junto às principais indústrias de máquinas de beneficiamento de grãos, assessorando-as e motivando-as a desenvolver novos equipamentos ou adaptar equipamentos já fabricados para processar sementes de espécies forrageiras, principalmente as “sementinhas miudinhas” de capim. Sua contribuição nesse campo foi inestimável, houve um progresso extraordinário e as indústrias sentiram um novo mercado desabrochar, e algum tempo depois já dispunham de linhas completas para o processamento dessas sementes. Mais uma etapa, mais um desafio vencido.

As sementes estavam produzidas e beneficiadas, e a qualidade? Germinação, pureza, valor cultural (VC), conceitos que talvez nenhum outro engenheiro agrônomo tecnologista de sementes neste país os tenha estudado e divulgado com tanta clareza e importância na definição de qualidade de sementes de espécies forrageiras. Esses conceitos atualmente tão conhecidos tiveram em José Carlos Maschietto seu grande divulgador, mostrando e fazendo ressaltar sua veia de engenheiro agrônomo extensionista.

Nova preocupação... novo desafio... como semear? Mais uma vez Dr José Carlos Maschietto atua junto às indústrias que fabricam equipamentos para semeadura, até então só preocupadas com milho, arroz, feijão, algodão, amendoim e outras, mas as “sementinhas miudinhas” de capim eram o novo desafio. Sob seu constante e competente assessoramento surgiram as primeiras máquinas específicas para semear satisfatoriamente aquelas benditas “sementes miudinhas” de capim. Nessa época lembro-me que eu brincava com os colegas que acompanhavam a luta do Maschietto, no aperfeiçoamento de uma máquina para semear sementes de colonião, dizendo que “ele estava afundando as estradas de sua fazenda, levando máquinas e máquinas para testar”.

“Método 60 dias de formação de pastagens de capim colonião”, posteriormente denominado de “Método CATI” – pastagem pronta para pastejo em 60 dias – grande evolução tecnológica, só possível por basear-se no emprego de sementes de alta qualidade e semeadas mecanicamente. Poderia ter levado, merecidamente, o nome de “Método José Carlos Maschietto”. Vieram as Brachiarias, outros Panicuns, sementes de leguminosas para adubo verde e a produção de sementes de plantas forrageiras para pastagens principalmente, cresceu vertiginosamente. Novas técnicas surgiram facilitando a atividade dos produtores dessas sementes e dos usuários desse insumo nobre. O Dr José Carlos Maschietto consolidou-se como grande produtor de sementes de forrageiras no país, constituindo sua empresa um orgulho para nossa tecnologia de produção de sementes.

Para finalizar, justifico o título que escolhi para desenvolver esse testemunho: “UM DIVISOR DE TECNOLOGIA”, pois quando se trata de sementes de forrageiras neste país existem duas épocas distintas – uma antes de JC Maschietto e outra depois de JC Maschietto!

Eng. Agrº Tharcizio de Campos Almeida. Sessão de Cereais, CATI Campinas por 5 anos; 18 anos Gerente de Produção e Gerente Geral da Sementes Conti-Brasil, Cravinhos (SP); 8 anos assessor técnico Sementes Colorado, Orlândia (SP). Pecuarista na região Oeste de Minas Gerais e cliente da JC MASCHIETTO há vários anos.



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